Pronta para ser votada no Senado, a proposta que permite a comercialização do plasma sanguíneo pela iniciativa privada assusta entidades médicas e científicas como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).

Assim como o Ministério da Saúde, ambas se manifestaram contrariamente à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2022 aprovada na semana passada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O texto ainda precisa ser votado no plenário da casa e também na Câmara Federal.

Ao tirar o monopólio da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) da manipulação do sangue humano, o texto muda um ponto da Constituição tido como um dos maiores pilares de ética médica, segundo Abrasco.

“Antes dela [Constituição de 1988], era normal pessoas pobres venderam o sangue, era uma forma de conseguir recursos”, afirma Rosana Onocko, presidenta da Abrasco.

Em entrevista ao programa Bem Viver desta terça-feira (10), Onocko afirmou temer que a medida seja o início de um processo longo de flexibilização de medidas. “Nós já vivemos isso no Brasil [venda de órgãos]. Os grandes desastres começam com um passinho”.

Ficha técnica:
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Anelize Moreira
Edição e produção: Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: Lua Gatinoni, André Paroche e Adilson Oliveira
Supervisão de reportagem: Rodrigo Gomes
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil