As expectativas com o desempenho da seleção feminina na Copa do Mundo deste ano são altas. Embora ainda distante do entusiasmo com a equipe masculina, é perceptível como a população está cada vez mais confiante que as mulheres podem ser as responsáveis por voltar a dar alegria no futebol que o país merece

Ao mesmo tempo, a  historiadora do esporte Aira Bonfim pondera que a seleção feminina já foi campeã, antes mesmo de entrar em campo

“”Nenhuma conquista é dada. Todas elas, de alguma forma, são tensionadas o tempo inteiro. A história nos ensina isso. Essas mulheres brasileiras já conquistaram muitas coisas no futebol.”

Neste mês ela lançou o livro Futebol Feminino no Brasil: entre festas, circos e subúrbios, uma história social (1915-1941), que trata da história da modalidade entre mulheres e da conjuntura que levou à proibição em 1941, no governo de Getúlio Vargas. A obra tem produção independente e já está disponível para aquisição.

“Desde 2015, os movimentos feministas e os movimentos de mulheres em geral do Brasil e do mundo permitiram que estivéssemos, hoje, colhendo frutos de luta. Nunca foi uma concessão das entidades esportivas, nunca foi uma concessão das empresas patrocinadoras, nunca foi nenhuma concessão masculina.”

“O futebol não nasce popular. Ele tem um histórico de lutas, inclusive de lutas masculinas. Desde as suas legislações iniciais temos interrupções, proibições, que não afetaram só as mulheres, mas homens trabalhadores braçais, homens negros. Então acho que a história das mulheres é quase que uma tradução de uma oportunidade, de uma educação que podemos ter pelo esporte.”

Ficha técnica:
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: Lua Gatinoni, André Paroche e Adilson Oliveira
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto: Agência Brasil