Além de relatórios e estáticas, as denúncias de atuação predatória do garimpo ilegal estão presentes nas interlocuções xamânicas do povo Yanomami. O filme “Mãri Hi – A Árvore do Sonho” apresenta a capacidade dos xamãs de “ver como” as matas, os rios e os animais para denunciar crimes recorrentes na terra indígena localizada entre os estados do Amazonas e Roraima.

“O filme é uma denúncia sobre os garimpeiros que estão destruindo, cavando nossos rios, estuprando nossas meninas e fazendo genocídio”, conta o cineasta indígena Morzaniel Iramari, em entrevista ao programa Bem Viver desta terça-feira (13), produzido pela Rádio Brasil de Fato.

Através de uma perspectiva ampla dos sonhos para os Yanomami, a produção cinematográfica tem a proposta de uma conversação com não-indígenas para que ampliem seu conhecimento sobre situações como a derrubada da vegetação, a contaminação de mercúrio nos rios, a perda da fauna amazônica e as diversas formas de violência sofrida pela população originária. De acordo com Iramari, essa destruição provocada pelo garimpo acaba também com a capacidade dos sonhos xamânicos.

“Esse filme é muito importante porque está defendendo nosso direito, nossa vivência na nossa terra e nosso costume, principalmente o xamanismo, que é muito importante para nós porque é cura”, afirma Morzaniel.

Ficha técnica:
Apresentação:  Geisa Marques
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: Lua Gatinoni, André Paroche e Adilson Oliveira
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto: Divulgação