Parece uma história repetida: vidas indígenas ameaçadas por um grande empreendimento na Amazônia. Não é. A Petrobras quer explorar petróleo em mais de 2 mil quilômetros da costa equatorial brasileira. O projeto ambicioso muda radicalmente o perfil econômico da foz do rio Amazonas, onde um frágil equilíbrio socioambiental garante vida às comunidades.

O otimismo da estatal coloca o Brasil no rumo contrário dos compromissos ambientais celebrados internacionalmente, mas se justifica em cifras. Estima-se que a reserva chegue a 30 bilhões de barris de petróleo, levando o Brasil de oitavo a quarto maior produtor do mundo, atrás de Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia.

O primeiro bloco de exploração do “novo pré-sal” – como é chamado pelos entusiastas –  aguarda licenciamento do Ibama. Enquanto isso, a Petrobras tenta convencer as organizações indígenas – e a sociedade como um todo – de que os impactos negativos são mínimos ou inexistentes, se comparados aos benefícios.

A promessa não soa bem a lideranças tradicionais, ativistas, especialistas e cientistas ouvidos pelo Brasil de Fato. Eles afirmam que explorar petróleo em toda a margem equatorial brasileira é inviável sob os pontos de vista social, ambiental, econômico e climático. O risco de catástrofe ambiental é considerado real. Tanto que duas petrolíferas internacionais já desistiram da ideia.

Ficha técnica:
Apresentação:  Lucas Weber
Roteiro: Daniel Lamir e  Lucas Weber
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: Lua Gatinoni, André Paroche e Adilson Oliveira
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto: Reprodução/TV Brasil