Nesta quinta-feira (27), a Câmara dos deputados realiza uma audiência pública para debater o relatório Dinamite Pura: como a política mineral do governo Bolsonaro criou uma bomba climática e anti-indígena.

O documento produzido pela organização Sinal de Fumaça em parceria com o Observatório da Mineração foi lançado no último mês e traz, em detalhes, uma cronologia de como durante a gestão de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) o Brasil teve um afrouxamento no regramento das políticas de mineração.

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A jornalista e coordenadora do Sinal de Fumaça, Rebeca Lerer explica que “o setor de mineração exerceu uma influência importante nos últimos governos”.

Segundo a especialista, o  tema chegou a ser debatido pela sociedade, “principalmente, sobre o garimpo em terras indígenas, mas existiu um lobby das grandes empresas para afastar alguns assuntos, principalmente, sobre o enfraquecimento do monitoramento desses grupos [multinacionais da mineração]”.

Lerer pontua a mineração exercida por grandes empresas “à luz da lei” e a em terras indígenas fazem parte de um mesmo setor, mas tem diferenciações bem explícitas.

“É bem emblemático a doutrina de choque adotada, especialmente, pelo governo Bolsonaro. Se por um lado houve uma política genocida que permitiu a invasão de garimpeiros em TI, foi feito um sistema bem mais sofisticado de lobby coorporativo de empresas multinacionais do setor da mineração operando encontros de alto nível, em hotéis de 5 estrelas, eventos internacionais para enfraquecer a legislação e ter acesso ao nosso patrimônio sem nenhuma regulação”.

Ficha Técnica:

Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em destaque: CSN