Os recentes ataques a escolas pelo país têm feito famílias se questionarem como agir diante das ameaças que surgem, principalmente, pela internet. Na maioria dos casos, se tratam de meros boatos, o que, na opinião da psicóloga Fernanda Rassi, geram uma sensação de “medo coletivo”, que é justamente o que os grupos extremistas buscam.

Integrante do governo de transição na área da Educação, a especialista argumenta que a sociedade precisa estar atenta e não aceitar qualquer intimidação que chega pelo celular.

“Uma das primeiras coisas que a gente precisa pensar é que o medo é a ferramenta utilizada por esses grupos. Precisamos responder de outra forma, isso porque o medo coletivo dá como recompensa o que esses grupos mais querem. Afinal, gerar medo é poder”, argumenta Rassi.

A psicóloga é uma das autora do documento O ultraconservadorismo e extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às instituições de ensino e alternativas para a ação governamental. O trabalho produzido sob coordenação do educador Daniel Cara mostra como a extrema direita age para cooptar jovens nas escolas para a radicalização em sua ideologia.

O grupo documentou como a radicalização baseada em doutrinas de extrema direita (nazismo, fascismo italiano e o integralismo brasileiro) é prejudicial para os jovens, a escola e a sociedade. O documento aponta ainda que parlamentares de extrema direita e outros atores colaboram para impedir debates escolares sobre temas como sexualidade e diversidade e também para a crescente redução das disciplinas de humanas nas grades curriculares.

Ficha Técnica:

Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em destaque: Fernando Frazão/ Agência Brasil