Tidos inicialmente como a solução para diversos problemas de saúde, os edulcorantes estão na mira da OMS (Organização Mundial da Saúde) e algumas agências de vigilância de diferentes países.

Estudos iniciais apontavam o uso de edulcorante, conhecido popularmente por adoçante, como uma forma de combate à obesidade e ao diabetes tipo 2.

“O que parece é que a curto prazo há uma redução de calorias e perda de peso. Mas a longo prazo isso não se mantém, então aquela retórica de que a gente deveria substituir o açúcar por edulcorantes está em xeque”, afirma a nutricionista Bruna Hassen, especialista em saúde pública e consultora da ACT Promoção em Saúde, em entrevista ao programa Bem Viver desta quinta-feira (23).

Hassen teve acesso ao documento “Health effects of the use of non-sugar sweeteners”, elaborado pela OMS e que ainda não tem versão oficial para o português.

O dossiê, em uma tradução livre ao português, significa “Efeitos para saúde com o uso de edulcorantes não açucarados”.

“A OMS soltou este estudo que mostra que faltam evidências para sabermos se eles [edulcorantes] são seguros. Há uma preocupação de acúmulo de edulcorantes. Existe um limite máximo, mas não sabemos se as pessoas ultrapassam, ou não, pela falta de informações divulgadas pelas empresas nos rótulos dos produtos”, alerta Hassen.

Como resposta a este alerta, a especialista recomenda que os países, inclusive o Brasil, não esperem pela conclusão definitiva dos estudos para agir. Segundo Hassen, é preciso cobrar que as empresas discriminem, nos rótulos dos produtos, a quantidade de edulcorantes de forma que a população entenda o que está consumido.

Ficha Técnica:

Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em Destaque: Fernando Andrade/Unsplash