“Não tenho, a bem dizer, mais voz que a voz que elas tiverem.”

Termina assim o discurso de José Saramago ao receber o Nobel de Literatura em 1998. O escritor português, que nesta quarta-feira (16) completaria 100 anos, referia-se às personagens de suas obras, que teriam mais voz que o próprio autor delas.

“O mundo de Saramago é um reflexo esculpido do que há de melhor e mais complexo na sociedade”, resume Marília Bonas, diretora-técnica do Museu da Língua Portuguesa. O espaço foi palco de diversas homenagens ao centenário do escritor ao longo deste ano.

A programação foi elaborada em parceria com a presidenta da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, que foi a esposa do escritor desde 1988, até a morte dele, em 2010.

Uma das ações foi a instalação em referência a obra “Conto da Ilha Desconhecida”, publicada em 1997. A estrutura montada no Museu foi destinada às crianças, mas também aberta para os adultos. “Nosso objetivo era provocar as pessoas a instigar o imaginário, o sonhar: como você buscaria uma ilha desconhecida?”, explica Bonas.

Fora o prêmio Nobel, Saramago também foi contemplado em 1995 com o Prémio Camões, o mais importante da língua portuguesa. Além destes, foram mais de 15 premiações garantidas ao escritor.

 

Ficha técnica:

Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Douglas Matos, Daniel Lamir
Trabalhos técnicos: Emerson Ramos, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em destaque: Renato Parada/Companhia das Letras