Para o premiado escritor indígena Daniel Munduruku, autor de 54 livros, a maioria voltado ao público infanto-juvenil, escrever é um ato que assume caráter individual e coletivo, uma “maneira de fazer política”, mas também de “não esquecer das coisas que aprendi”, como disse o autor em entrevista exclusiva veiculada na edição de hoje (20) do Programa Bem Viver.

“Escrever é um ato de egoismo, porque é uma forma de eu não esquecer das coisas que aprendi. Mas também é um engajamento. É a minha maneira de fazer politica, de ajudar a pensar nosso país e de mostrar ao Brasil um Brasil que ele não conhece, que foi ocultado das narrativas hegemônicas”, disse. “Acredito contribuir para que a sociedade brasileira se volte sobre si, se reconheça e possa seguir em um caminho de felicidade. A felicidade do Brasil está na sua diversidade, mas aprendemos a não gostar dela, nem do nosso passado. Minha ideia é educar o olhar o povo brasileiro para esse Brasil que ele deixou de gostar.”