O conceito de imunidade de rebanho, utilizado em alguns casos específicos na ciência, sobretudo na medicina veterinária, só pode ser considerado em doenças com baixa mortalidade e que não tenham evolução para internações hospitalares, o que não ocorre com a Covid-19. Essa estratégia, no entanto, foi amplamente defendida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro desde o começo da pandemia. A proposta era deixar uma grande parcela da população se infectar para que a pandemia fosse controlada naturalmente.

“Quando somos expostos a uma contaminação desenvolvemos nossa imunidade natural. Alguns autores defendem que em situações específicas, nas quais a infecção tenha um impacto de morbidade menor, o vírus pode circular e contaminar várias pessoas que por isso desenvolvem imunidade natural”, diz o médico Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro, doutor em saúde coletiva pela Universidade Federal do Ceará, em entrevista a edição de hoje (9) do Programa Bem Viver.