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No início da década de 2000, a agricultora Sanuza Motta se interessou pelo estudo das plantas medicinais. Lactante na época, ela recebeu um diagnóstico que, de acordo com estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acomete uma em cada quatro mulheres.
“Eu tive um processo de depressão pós-parto. Eu estava amamentando meu filho e o psicólogo me passou um remédio controlado. Mas eu já tinha a ideia de que eu não queria aquilo para minha vida. Eu já era assentada e disse que não iria tomar”, lembra a assentada de Zumbi dos Palmares, localizado no município de São Mateus, região norte do Espírito Santo.
Em depoimento ao Brasil de Fato, Suzana disse que o seu companheiro chegou a comprar o medicamento indicado pelo psicólogo na farmácia, mas ela não aceitou e começou a se interessar pelo tratamento com ervas.
“Eu comecei a pesquisar [sobre o assunto] entre 2002 e 2003, em uma época que não tínhamos muito acesso a internet na roça e o mundo digital estava muito distante ainda. Daí comecei a fazer outros processos terapêuticos e hoje eu não tomo medicamento alopático”, afirma.
Apesar da decisão, a agricultora faz questão de ressaltar a importância dos alopáticos para muitas situações recomendadas por profissionais da saúde. Ela afirma que a postura de não tomar alopáticos foi tomada porque não queria fazer o desmame do filho, que hoje estuda agronomia pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), no Rio Grande do Sul.
Ficha técnica:
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Lucas Weber
Edição e produção: Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: Lua Gatinoni, André Paroche e Adilson Oliveira
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto: MST