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O relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre os conflitos no campo trouxe, mais uma vez, um cenário de piora generalizada. Divulgado nesta semana, o documento revela crescimento de múltiplos indicadores, entre eles os assassinatos, que subiram 30% em relação a 2021 e 123% na comparação com 2020. Em média, o campo brasileiro teve um conflito a cada quatro horas no ano passado.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Carlos Lima, coordenador nacional da CPT, defende a reforma agrária como principal medida para conter esse cenário preocupante que vem se agravando nos últimos anos, em especial sob gestão de Jair Bolsonaro (PL) na presidência.
“Acreditamos que a maior das medidas é a realização da reforma agrária, a demarcação dos territórios indígenas e a titularização das terras quilombolas. A garantia do território pesqueiro e dos ribeirinhos”, argumenta Lima.
“O governo tem, por exemplo, que evitar despejos judiciais ou despejos praticados por pistolagem, por jagunços e por milícias. Pode também agir junto ao Poder Judiciário criando mecanismos de proteção a essas famílias que vivem essa insegurança jurídica de forma permanente em suas terras.”
Carlos Lima destaca também que o “governo pode criar mecanismos de segurança e proteção para as pessoas ameaçadas. Criar e fortalecer os programas já existentes que garantam proteção física para essas pessoas que são ameaçadas, para que não ocorram mais assassinatos nos campos.”
Ficha Técnica:
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em destaque: Arquivo EBC