Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, “só uma legislação não dá conta do que é a questão da igualdade”. “Ela não passa por um decreto, ela passa também pela questão da ascensão das mulheres no mercado de trabalho. Passa também pela responsabilidade, única e exclusiva delas, hoje, com a questão do cuidado”.

Ela participou do BdF Entrevista desta semana e a conversa foi veiculada na edição desta quinta-feira (6) do programa Bem Viver, da Rádio Brasil de Fato.

“É ela que ainda é responsável pelo cuidado com a pessoa doente. É ela que fica no hospital, ela que tem que levar. E a responsabilidade do cuidado, termina não permitindo que essa mulher também tenha ascensão no mundo do trabalho. São os homens que têm essa facilidade. Esse é um debate que nós vamos fazer”, explica.

Gonçalves explica que o grupo de trabalho interministerial será criado para enfrentar estes desafios. A ideia é debater quais “políticas públicas podem ser implementadas pelo governo federal, pelo governo estadual, pelos governos municipais, para dar conta de que a mulher tenha mais tempo dela, para cuidar dela, para ter a tranquilidade dela, repensar a vida”.

“Ao mesmo tempo, saber como e quando nós podemos estabelecer no país um processo de construção do debate sobre a divisão sexual de trabalho dentro de casa. É porque nós, as mulheres, fomos para a vida pública, mas os homens não vieram para a vida privada”.

Na conversa, a ministra das Mulheres ainda fala sobre outros temas, como o aborto. Segundo Gonçalves, não cabe ao governo federal propor novas legislações sobre o tema. Hoje, no Brasil, a medida é permitida em apenas três ocasiões: casos de estupro, risco de vida às mulheres e fetos diagnosticados com anencefalia.