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Em 1922, enquanto acontecia a Semana de Arte Moderna, em São Paulo, longe dos holofotes, em Paris, chegavam sete brasileiros músicos que arrancariam muitos aplausos na França ao longo de seis meses — ainda que no Brasil o entusiasmo com o grupo era outro.
Os Oito Batutas, liderados por Pixinguinha, Donga e João da Baiana, fizeram História no mesmo período que Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Di Cavalcanti. Mas os músicos não receberam o mesmo espaço que os artistas modernistas dentro dos livros de escola.
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“Essas pessoas inventaram o Brasil. Esse trio [Pixinguinha, Donga e João da Baiana] era o que havia de mais moderno no Brasil na época”, reivindica o músico e pesquisador Allan Abbadia, em entrevista ao programa Bem Viver desta quarta-feira (5).
“Os Oito Batutas foram para Paris e isso foi a primeira turnê de um grupo brasileiro para fora do país. No mesmo ano que teve a Semana de Arte Moderna, mas muito mais se fala dela do que dessa turnê histórica”, complementa Abbadia que atua há 20 anos na cena musical do país, gravando ao lado de artistas como Elza Soares, Zeca Pagodinho, Racionais MC’s, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara entre outros.
O ator, diretor e carnavalesco Haroldo Costa conheceu Donga e Pixinguinha. Aos 93 anos, ele pontua como, à época, a excursão foi mal vista por parte dos jornais brasileiros
“Quando se anunciou a viagem houve uma reação de muitos jornais. ‘O que é isso, a imagem do Brasil vai ficar deformada, vão achar que só tem crioulo cantando’. Apenas dois jornais apoiaram”, relata o artista também em entrevista ao Bem Viver.
Ficha Técnica:
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em Destaque: Divulgaçãp