Podcast: Play in new window | Download | Embed
Subscribe: RSS
Neste mês de março, completam dois anos da criação da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), organização presente em todos os biomas do país e responsável por uma série de articulações em defesa dos povos originários do país.
:: Frente Parlamentar dos Povos Indígenas é lançada em meio a clima de ‘retomada da política’ ::
A iniciativa foi fundada em plena pandemia de covid-19 e veio a público durante a II Marcha das Mulheres Indígenas, que aconteceu em 2021, em Brasília. Para a próxima edição da manifestação, prevista para setembro deste ano, a expectativa é reunir 10 mil mulheres indígenas.
“ As indígenas mulheres têm uma ligação muito forte com o território. Porque a terra para nós é a nossa mãe: é quem nos cuida, nos alimenta. É com ela que a gente garante as nossas futuras gerações. Por isso que as mulheres são as mais resistentes em qualquer negociação que seja voltada à questão territorial. Porque mãe não se negocia. Não se vende. Mãe se cuida”, define Puyr Tembé, liderança do povo Tenentehara, para explicar a motivação que levou a criação da organização.
“E chegou um momento que a pandemia aliviou um pouco e as mulheres pensaram: ‘nós vamos ter que ir para as ruas’. Fizemos uma marcha no meio de uma pandemia. ‘O que não dá é ficar paradas e ver o governo nos matar’, pensamos. Então fomos para a Segunda Marcha das Mulheres Indígenas, com mais de sete mil participantes de todo o Brasil.”’
Por um lado, a articulação carrega na pouca idade um tanto de algo novo que Puyr percebe na atuação das mulheres indígenas nos últimos anos, como o uso da tecnologia para a comunicação e a ocupação de espaços institucionais.
Por outro, como o próprio nome faz lembrar, a organização, segundo ela, busca dar continuidade às lutas das que vieram antes. “A gente nasce com esse tempero aí, do passado, que está hoje no presente e que nos faz ver o futuro”, resume.
Ficha Técnica:
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em Destaque: Evaristo Sá/AFP