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Estudos mostram que o feijão está se afastando da história do país. O fato é preocupante e um desrespeito à história brasileira. Desde o fim do século 19, o grão forma a dieta básica das famílias brasileiras. Junto com o arroz, ele tem o balanço nutricional perfeito e se tornou obrigatório na mesa.
De acordo com a publicação Arroz e feijão – tradição e segurança alimentar, da Embrapa, o feijão já era consumido no território em que hoje é o Brasil pelos povos originários que habitavam a região, cozido em panelas de barro e servido sem tempero.
Mas isso está mudando. Cada vez mais o feijão vem perdendo espaço para alimentos industrializados e ultraprocessados. Embora ainda seja parte do cardápio de cerca de 60% da população, o consumo regular do feijão – cinco ou mais dias na semana – está caindo. Uma pesquisa da UFMG revela que a leguminosa pode deixar de ser frequente nos pratos da maioria da população – quatro ou menos dias por semana – até 2025.
“Você tem pratos que eram muito típicos de populações europeias, que vieram com as tradições de imigrantes, e que aqui se adaptam aos ingredientes da terra. Variações regionais a partir de uma grande ideia, feita por muitos povos, não só europeus, mas também da África, de um cozido de uma leguminosa, acrescido de várias coisas (…) No fogão a lenha, ele ficava cozinhando muitas horas. Requeria uma técnica e uma dominação do fogo muito especiais, importantes e que mantinham, de alguma maneira, a comida viva” conta a historiadora Joana Monteleone, que pesquisa e leciona sobre as tradições alimentares brasileiras. Ela foi a entrevista na edição desta quarta-feira (15) do programa Bem Viver, da Rádio Brasil de Fato.
Ficha Técnica:
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em Destaque: ©Shelley Pauls/ Unsplash