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Nesta quinta-feira (26), o programa Bem Viver, produzido pelo Brasil de Fato, apresenta destaques que refletem as lutas e conquistas do ano, com entrevistas e reportagens que abordam temas como feminismo, agroecologia, sustentabilidade, cultura e a luta contra o racismo religioso.

A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-RJ) faz um balanço das lutas feministas no Congresso e nas ruas ao longo do ano, como os principais embates contra a bancada conservadora. Entre os temas está a “PEC do Estuprador“, que ameaça os direitos reprodutivos das mulheres.

“Os direitos das mulheres foram utilizados como moeda de troca na mesa do poder de homens engravatados que não fazem a menor ideia do que significa o direito ao planejamento familiar, ao direito reprodutivo. Diante desse absurdo, a gente teve uma excelente novidade na conjuntura brasileira que foi a entrada – a volta, na verdade – das mulheres do movimento feminista pras ruas”, destaca a parlamentar.

Em Minas Gerais, o projeto “Marias Vão com as Outras Sim” demonstra como agroecologia, artesanato sustentável e costura criativa podem se unir para promover o meio ambiente e empoderar comunidades locais. Desde 2021, o coletivo é autogestionado por 18 mulheres e trabalha na produção de mudas de plantas medicinais, ornamentais, temperos e produtos da costura criativa, sempre com a utilização de materiais de reciclagem. O projeto também viabiliza a produção de biofertilizantes orgânicos e de sabão com óleo de reaproveitamento.

“A gente convida as pessoas voluntariamente, que já trabalham com essa questão da sustentabilidade e buscam, por meio do reaproveitamento de materiais, da preservação do meio ambiente e da economia circular e solidária, a geração de renda e o empoderamento”, conta Nilce Nicácio, coordenadora administrativa da associação.

Outro destaque vai para o urucum, fruto utilizado há séculos pelos povos indígenas em rituais sagrados e que também compõe a culinária e a medicina brasileira. A reportagem explora o cultivo no Maranhão, destacando sua resistência e importância cultural.

Na área da cultura, a ministra Margareth Menezes compartilha reflexões sobre o papel da cultura na resistência às ditaduras, celebra o filme  Ainda Estou Aqui – escolhido para representar o Brasil no Oscar 2025 – e faz um balanço da situação do Ministério da Cultura (Minc) durante os dois primeiros anos do governo Lula, além de uma projeção para a pasta para 2025. Ela ainda celebra a premiação de Vini Júnior como melhor jogador do mundo pela Fifa, conquista que, segundo ela, é um importante reconhecimento na luta contra o racismo.

“O Vini está de parabéns, é muito corajoso por parte dele, mas é uma questão de caráter também, uma questão da verve da pessoa, do sentimento, né? É se colocar nesse lugar de ser uma pessoa que denuncia o racismo. É muito importante, porque você dá exemplo de resistência, exemplo de combate, que mobiliza, e ele é uma pessoa que tem uma representatividade internacional”, afirma a ministra.

Já no Ceará, o podcast De Vera, produzido pelo BdF Ceará, traz um debate sobre racismo religioso, com participação de Nonato Nascimento, do Ilê Axé Ofá Omi e do Movimento Negro Unificado (MNU). Ele reforça a relevância de políticas públicas que valorizem os povos de terreiro e destaca a necessidade de substituir o termo “intolerância religiosa” por “racismo religioso”.

“Preconceito, o que a gente chama de racismo religioso, de terrorismo religioso porque tem um componente aí que é importante a gente demarcar e colocar, que é a questão da raça. O terreiro é um território negro, é um território preto, é construção dessas presenças e essas presenças demarcam o imaginário racial no Brasil, demarca o sistema de justiça, demarca o fazer político, demarca as disputas do estado brasileiro, e aí as comunidades negras, de terreiro, os territórios de candomblé, as religiões afro-indígenas sempre foram afetadas diretamente por essa violência colonial estrutural”, pontua Nascimento.

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Ficha técnica:
26-12-24 – PROGRAMA BEM VIVER
Veículo – Rádio Brasil de Fato
Tempo: 01:00:00
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Daniel Lamir
Edição e Produção: Daniel Lamir, Lucas Weber e Mariana Rara.
Trabalhos técnicos: André Paroche, Lua Gatinoni e Adilson Oliveira
Direção de programas de Áudio: Camila Salmazio
Coordenação de Áudio e Vídeo: Monyse Ravena
Direção Executiva: Nina Fideles
Agradecimento: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil