Em 2017, Fernando Morais foi a Londres, no Reino Unido, para entrevistar Julian Assange, o fundador do Wikileaks, que estava exilado na embaixada do Equador na época. Após horas de conversa sobre como o jornalista australiano tinha feito para vazar milhares de dados sigilosos sobre os Estados Unidos, o escritor brasileiro pensou: “mas será que eu não consigo fazer isso [com os dados] sobre o Lula?”.

Na época, Fernando Morais ainda estava escrevendo o volume um da biografia do presidente brasileiro, lançada no final de 2021. A segunda e última parte está prevista para este ano.

A inquietação do biógrafo rendeu. Ele utilizou uma ferramenta jurídica estadounidense que obriga o governo a compartilhar todos os documentos que possuem sobre a pessoa que está requisitando tais informações.

Assim, Fernando Morais teve que pedir para Lula, que na época estava preso em Curitiba (PR), assinar diversas folhas em branco em formato de procuração, para apresentá-las às autoridades.

Com apoio de um escritório de advocacia que atua nos Estados Unidos, chegou a primeira parte da informação: desde 1966 os Estados Unidos monitoram Lula. De lá até 2019 já foram produzidos 819 documentos, totalizando mais de 3 mil páginas.

O conteúdo dos documentos deve chegar nos próximos dias. Fernando Morais recebeu apenas os títulos dos arquivos e a informação dos EUA de que o conteúdo completo pode ser compartilhado em um prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais 20.

Ficha técnica:
19-07-24 – PROGRAMA BEM VIVER
Veículo – Rádio Brasil de Fato
Tempo: 01:00:41
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Amanda Sampaio
Edição e Produção: Douglas Matos, Daniel Lamir e Camila Aguiar
Trabalhos técnicos: André Paroche, Lua Gatinoni e Adilson Oliveira
Supervisão de reportagem: Rodrigo Gomes
Direção de programas de Áudio: Camila Salmazio
Coordenação de Rádio e TV: Monyse Ravena
Direção Executiva: Nina Fideles
Agradecimento: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato

Foto: Ricardo Stuckert/PR