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A guerra entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas ganhou mais um capítulo nesta semana. Ambos os lados reivindicam a sua soberania territorial, embora atualmente esse direito seja exercido plenamente apenas pelos israelenses. Os palestinos vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, áreas divididas pelo território de Israel, o que aumenta a tensão na região.
Neste episódio do Três por Quatro, o Brasil de Fato traça uma linha histórica por trás da escalada do conflito, abordando o surgimento do movimento sionista e a criação do estado de Israel, em 1948.
Segundo a professora de História da Universidade de São Paulo (USP), Arlene Clemesha, o conflito é o resultado de uma dívida histórica do ocidente com o povo judaico.
A professora se refere ao plano da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado em 1947, para dividir as terras árabes entre Israel, criando assim o estado judeu, também a Palestina como parte do estado árabe, e Jerusalém, no centro, para ambos, com um sistema de controle internacional.
Em resposta, o povo árabe viveu um longo processo à procura de uma liderança palestina autônoma. Segundo a professora de História da USP, assim nasceu os grupos como Fatah e Hamas. Ela explica que no início, “todos esses vão adotar a guerrilha como um modo de ação. É um movimento de libertação nacional.”
Diante das condições precárias da população que vive hoje na Faixa de Gaza, o ex-presidente do PT, José Genoíno avaliou: “O direito à rebelião diante desse massacre, diante dessa violência, não é o direito de um povo escolhido. Não existe povo escolhido. Os povos têm direito a sua existência, a sua identidade dentro de uma pluralidade civilizatória, religiosa, política, cultural, para viver em paz.”
Segundo Clemesha, a tentativa da ONU em dividir a região em duas partes “fechou os olhos do mundo” para a real situação entre Israel e Palestina. “Existe uma situação de Apartheid, e qual que tem que ser a resposta? Direitos humanos, tem que defender os direitos humanos para todo mundo. Seja Israel, seja Palestina, seja o que for. Tem que haver a defesa da extensão de direitos humanos para todos no território”, afirmou.
Novos episódios do Três por Quatro são lançados toda sexta-feira pela manhã, discutindo os principais acontecimentos e a conjuntura política do país.
Ficha Técnica:
Apresentação: Nara Lacerda, Igor Carvalho
Comentários: João Pedro Stedile e José Genoíno
Direção: Camila Salmazio
Produção e Roteiro: Letycia Holanda
Trilha sonora original: Alejandra Luciani
Trabalhos técnicos: Emerson Ramos
Coordenação de Rádio e TV: Monyse Ravena
Direção de jornalismo: Nina Fideles
Identidade visual: Mayara Fujitani e Michael Gonçalves
Arte episódio: Michael Gonçalves