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O que levaria uma rede social a limitar o tempo de acesso dos usuários à plataforma?
“O movimento do Musk, mesmo do ponto de vista econômico, não faz muito sentido. Ele parece estar destruindo a própria plataforma que foi construída. Não do ponto de vista econômico, porque já não dava lucro, mas do prestígio que a plataforma estabeleceu”, argumenta o pesquisador e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rafael Evangelista.
O especialista, que é membro da Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (Lavits), conversou com o Brasil de Fato para o programa Bem Viver, na edição desta terça-feira (11).
“O problema é que nós, como sociedade, naturalizamos demais essa privatização da web. Chegamos a tratar isso como um grande viés de democratização da comunicação. Mas a democratização da comunicação já estava na web. As plataformas vão monopolizando isso. Elas monopolizam seus contatos, pegam o meio de distribuição dos conteúdos que você está produzindo na web, elas passam a controlar e administrar com essa lógica privada.”
Na última semana, o Twitter de estabeleceu um limite diário de leitura. Entre usuários e usuárias sobram manifestações de reprovação ao proprietário, Elon Musk.
O assunto levanta questionamentos não só à postura exótica do empresário multibilionário, ao definir uma política que, em teoria, pode causar um esvaziamento do Twitter, mas também à influência de corporações privadas, comandadas por super ricos, nos debates públicos.
Com a medida da plataforma, contas verificadas com selo azul só poderão interagir com 6 mil publicações por dia. Para os perfis que não pagam a verificação, o limite é de mil postagens a cada 24 horas. Novas contas sem o selo estão limitadas a 300 publicações por dia. Musk informou que a política não é permanente e foi definida “para lidar com níveis extremos de extração de dados e manipulação do sistema”.
Ficha técnica:
Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: Lua Gatinoni, André Paroche e Adilson Oliveira
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto: Agência Brasil