A China tinha cerca de 800 milhões de pessoas em extrema pobreza em 1978. Ao longo dos anos de política socialista, o país reduziu para 82 milhões o número de pessoas na miséria, em 2013, e para 6 milhões em 2019. Chegando à erradicação da pobreza extrema, no final de 2020. Nos anos 1980, o Brasil tinha um Produto Interno Bruto (PIB) maior do que o gigante asiático. E hoje o PIB da China é dez vezes maior que o do Brasil. A fórmula para isso não é simples, mas passa principalmente medidas que contrapõe o discurso neoliberal, que além de não resolver a pobreza, amplia a desigualdade.

“Nesses 40 anos, no caso brasileiro, com exceção de poucos anos do governo Lula e talvez do primeiro ano do governo Dilma, a China foi a pior aluna do consenso de Washington. Fez tudo ao contrário do que os Estados Unidos e as potências imperialistas decretaram para o Sul Global, ou seja, neoliberalismo, privatizações, estado mínimo, diminuição dos orçamentos sociais”, explica Marco Fernandes, pesquisador do Instituto Tricontinental e co-editor do Dongsheng.

Após os anos de revolução, reforma agrária e políticas voltadas ao fortalecimento do Estado, a China abriu seu mercado, mas impôs regras de que era preciso transferir tecnologia para o país para ingressar no mercado chinês. Além disso, manteve setores estratégicos sob controle do Estado, como energia, mineração, bancos. São algumas das ações que podem – e devem – ser aprendidas pelo Brasil.

Ficha Técnica:

Apresentação: Nara Lacerda e Rodrigo Gomes
Comentários: João Pedro Stedile
Direção: Rodrigo Gomes
Produção: Letycia Holanda
Roteiro: Rodrigo Gomes e Letycia Holanda
Trilha sonora original: Alejandra Luciani
Trabalhos técnicos: Lua Gatinoni
Coordenação de Rádio: Camila Salmazio
Direção de jornalismo: Nina Fideles
Identidade visual: Mayara Fujitani
Arte episódio: Fernando Bertolo