“É como se há quarenta anos um fantasma estivesse rondando a vida dessas comunidades. Essas comunidades convivem com a permanente incerteza quanto ao seu futuro. É como se o Estado estivesse, roubando, na prática, o direito de essas comunidades planejarem o seu futuro. Porque se você retira as condições sociais, econômicas, culturais e políticas delas planejarem seu futuro, você retira delas o protagonismo de planejarem as suas vidas”.

Assim o jurista, cientista político e pesquisador Danilo Serejo explica a situação de centenas de famílias quilombolas que vivem em Alcântara, cidade vizinha a São Luiz, no Maranhão. O local é uma terra ancestral para centenas de famílias quilombolas, que vivem na região há, pelo menos, 200 anos.

Na semana passada, o Estado brasileiro fez um pedido de desculpas formal às comunidades quilombolas da região. Isso aconteceu durante uma sessão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em um encontro realizado no Chile. No entanto, Serejo explica, em entrevista ao programa Bem Viver, que a ação é insuficiente para a população quilombola, já que o pedido não foi acompanhado da titulação das terras.

Ficha Técnica:

Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em destaque: Warley de Andrade/TV Brasil