O 17 de abril é marcado pelo Dia Internacional da Luta Camponesa, quando em 1996, 21 trabalhadores sem terra foram mortos em uma ação da polícia no município de Eldorado do Carajás, no Pará. Foi na chamada ‘Curva do S’ que o capítulo mais sangrento da luta pelo direito à terra no Brasil foi escrito. O ataque das forças policiais ficou mundialmente conhecido como Massacre de Eldorado do Carajás. O objetivo dos camponeses e camponesas era marchar até a capital Belém e conseguir a desapropriação da fazenda Macaxeira, ocupada por três mil e quinhentas famílias sem-terra.

Passados 27 anos desde aquele dia, a data se transformou num símbolo da luta camponesa. Todos os anos, no Abril Vermelho, como ficou conhecido, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza a Jornada de Luta pela Reforma Agrária. Quase três décadas depois, as mobilizações dos trabalhadores e trabalhadoras rurais seguem sob ataque, em um país que insiste em descumprir um princípio previsto na própria Constituição: a função social da terra. O Brasil de Fato conversou com o advogado que acompanha o caso desde 1998. É Walmir Brelaz, autor do livro “Os Sobreviventes do Massacre de Eldorado do Carajás: um caso de violação do princípio da dignidade da pessoa humana”.

Ficha Técnica:

Apresentação: Lucas Weber
Roteiro: Geisa Marques
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em destaque:  Marcelo Cruz