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7 de fevereiro é reconhecido como o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas. A data relembra o ano de 1756, quando ocorreu o falecimento do indígena guarani Sepé Tiaraju, uma das grandes lideranças dos Sete Povos das Missões, que esteve à frente de diversas revoltas contra portugueses e espanhóis.
O atual momento vivido pelo povo Yanomami revela como a data está longe de ser reconhecida como uma celebração. Diante da crise humanitária, todos os dias têm sido de luta. E isso que tem sido regra nos últimos 500 anos.
A luta dos povos indígenas não cessou desde a chegada dos portugueses em 1500, defende o pensador Ailton Krenak. “Estamos em guerra, neste exato momento”, afirma o escritor no documentário Guerras do Brasil.Doc, com direção Luiz Bolognesi.
“Vivemos em uma falsificação ideológica que sugere que nós temos paz, isso para as coisas continuarem funcionando como estão. Não tem paz em lugar nenhum. É guerra em todos os lugares a todo mundo momento”, concluí Krenak.
A denúncia do pensador indígena se sustenta em uma série de casos de violência que ainda acometem os povos tradicionais pelo país. Além disso, há um trecho da Constituição brasileira que deixa o Estado sem argumentos para rebater o ponto de Krenak.
O artigo 67 do documento sentencia que “a União concluirá a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos a partir da promulgação da Constituição”. A promessa vem sendo descumprida há 30 anos, e de maneira grave durante a gestão Bolsonaro, que não foi capaz de demarcar uma única Terra.
O governo Lula trabalha com o plano de demarcar 13 Terras Indígenas nos primeiros 100 dias de governo. Estas vão se somar às 87 homologadas nos dois primeiros anos de gestão de Lula.
No momento, segundo o ISA (Instituto Socioambiental) existem 731 Terras em diferentes fases do procedimento demarcatório, mas, apenas 490 devidamente homologadas. Apenas Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) não demarcaram.
Ficha Técnica:
Apresentação: Nara Lacerda
Roteiro: Lucas Weber
Edição e produção: Lucas Weber, Daniel Lamir e Douglas Matos
Trabalhos técnicos: André Paroche, Adilson Oliveira e Lua Gatinoni
Supervisão: Rodrigo Gomes
Coordenação: Camila Salmazio
Direção: Nina Fideles
Apoio: Equipe de Jornalismo do Brasil de Fato
Foto em Destaque: Marcelo Camargo/Agência Brasil